quinta-feira, novembro 12, 2009

Descobrindo o padecer no paraíso

Ser mãe é pensar na cria ao ver a cria das outras.
Hoje, enquanto Helena estava no berçário e eu ajudava minha mãe com os trâmites da mudança de casa, encontrei uma moça carregando um filhote enorme, dorminhoco, em seu colo. Ela andava sob aquele sol escaldante, e me perguntou se eu sabia onde era a delegacia da mulher. Eu não sabia que a DM era perto de lá, então frustrei a pobre dizendo um "não" desconsertado. Mas aquilo me incomodou: talvez o sol e o calor, talvez aquele menininho dorminhoco, talvez o simples "Delegacia da mulher". Ela continuou descendo a rua e eu me virei rapidamente e me ofereci para levá-la de carro até lá, onde quer que fosse: encontraríamos juntas. Ela não pestanejou, voltou, pediu um copo d'água pra minha mãe e entrou no carro. Rapidamente descobri que era perto, mas para ela ainda seria uma caminhada. Deixei ela lá, depois dela me contar que aquele pequeno era o terceiro filho. Ela tinha mais duas meninas, uma de sete e outra de três anos. Aquele miúdo, apenas oito meses. Ao subir de volta pra casa de minha mãe, lágrimas rolaram. Não sei o que foi, nem quis saber o que ela faria na DM, mas fiquei pensando na Helena...Espero que aquela moça tenha conseguido atingir seu objetivo, e espero também que ela dê muitos beijos em seus três filhos, hoje e todos os dias, em troca do favor que fiz pra ela!

2 comentários:

celso disse...

Renata,
é incrível sua capacidade de prestar atenção nas pessoas, aproximar-se delas e entender suas necessidades, ajudando-as. Quantos de nós e quantas vezes passamos batido, olhando sem ver quem está do lado.
Dá uma inveja danada desse seu jeito de estar ligada nas pessoas. Queria sem que nem você.

Luciana Rocha disse...

Que engraçado você dizer que lembra da sua cria só de olhar a cria dos outros. É a mais pura verdade!
E eu te falo mais: deixa sua oncinha crescer e começar a chamar "mãe!". Onde você estiver, qualquer criança que disser "mãe!" você vai atender! Parece mágica...